Reportagem de Martina Wartchow
O relatório “Depressão e outros distúrbios mentais comuns: estimativas globais de saúde”, lançado em 2017 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), aponta que tais males atingem mais de 320 milhões de pessoas em todo o mundo e ultrapassam 30 milhões no Brasil. Além de afetar o bem-estar e a saúde física e mental da população em geral, figuram entre os principais responsáveis pelo afastamento do trabalho, reduzindo a qualidade de vida dos trabalhadores e a produtividade das empresas e atingindo de 3% a 4% do PIB (Produto Interno Bruto) dos países, segundo dados da EU-OSHA (Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho).Nesse cenário, a OIT (Organização Internacional do Trabalho), em seu relatório “Estresse no trabalho: um desafio coletivo”, publicado em 2016, chama a atenção para os inúmeros riscos psicossociais aos quais o ser humano está exposto em seu ambiente laboral em função das exigências de um mercado cada vez mais competitivo e que impõe resultados a curto prazo e o fazer mais com menos. O problema é global e afeta todas as profissões.O combate a esses agentes estressores que podem levar a adoecimentos, não só mentais, mas, também, psicossomáticos e, consequentemente, ao absenteísmo ou presenteísmo, a acidentes ocupacionais e até ao suicídio, portanto, está entre os grandes desafios da atualidade, seja para governos, profissionais prevencionistas e de saúde em geral, pesquisadores, empregadores, trabalhadores e sociedade como um todo. Na opinião de quem estuda o assunto e atua na área, a prevenção passa pela reavaliação dos modelos de organização e gestão do trabalho e também pelo respaldo legal.